terça-feira, 25 de agosto de 2009

Colaborador do Diário do Nordeste, plageia reportagem da Revista de História da Biblioteca Nacional

No dia de ontem 24/08, O jornal DIÁRIO DO NORDESTE de grande circulação neste estado do Ceará, ontem, dia 24 de agosto do cedente ano, veiculou em seu Caderno Regional,página 03, notícias acerca da situação de alguns cemitérios do interior do estado, incluindo os de Sobral.

Nada demais, caso a reportagem não tivesse em seu conteúdo trechos "ipsis verbis" copiados do Artigo "Assim na terra como no céu" RHBN n°47, página 08 (post logo abaixo) da reporter Rejane Barreto Farias, da qual colaborei com dados para a realização do citado artigo.

O "Colaborador" do jornal WILSON GOMES, mostrando sua falta de Ética, descompromisso com a honestidade, assinou a matéria do jornal como sua, surrupiando partes da reportagem da RHBN sem citar ou mencionar donde vieram os dados e informações de sua matéria, seu editores na confiança publicaram seu furto intelectual, como podemos ver ver abaixo (tive a liberdade de grafar em negrito).
Visitem e comentem a falta de ética deste "colaborador" na página do dito jornal (http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp.?codigo=664638), pois a honestidade e aética deve ser cobrada dos veículos de comunicação e de seus colaboradores, senão aonde chegaremos?

Diário do Nordeste

REGIONAL
ZONA NORTE (24/8/2009)

TÚMULOS DO SÉCULO XIX ESTÃO DESAPARECENDO
WILSON GOMES
COLABORADOR



Sobral. A situação dos cemitérios desta cidade não é diferente das demais encontradas pelo País afora. Em Sobral, existem cinco campos santos, dois de empresas particulares, dois públicos (administrados pela Prefeitura Municipal) e um outro de responsabilidade da Diocese deste município. O cemitério Santa Marta, administrado pela Diocese, é o que se mostra em situação de descaso total. Lá, o mato toma conta o ano inteiro e a limpeza dos túmulos acontece por conta das famílias que tem um ente querido sepultado lá.

A Secretaria do Planejamento e Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente (Splan), responsável pela manutenção dos cemitérios públicos, realiza periodicamente serviços de limpeza, desmatamento e pintura em todos os cemitérios de Sobral, num total de 24, entre sede e distritos. Os cemitérios São José, no Centro, e São Francisco, no bairro do Junco, considerados os principais da cidade, recebem, de acordo com o órgão, melhorias na parte de iluminação, pintura de muros e capelas, permitindo que as visitas possam ser realizadas também no período noturno.

A limpeza, segundo a Prefeitura, tem se estendido ao cemitério Santa Marta, localizado no bairro Sinhá Sabóia, mesmo sendo este pertencente à Diocese de Sobral.

No São José, o cemitério mais tradicional da cidade, uma equipe da Prefeitura presta informações aos visitantes, auxiliando na localização de jazigos de todas as pessoas ali sepultadas. Além das obras de limpeza, pintura e iluminação, a Prefeitura construiu dois banheiros para atender aos visitantes do cemitério São José. O mesmo acontece no cemitério São Francisco.

Houve um tempo em que os mortos conviviam muito bem com os vivos. As sepulturas ficavam no interior das igrejas e nos seus arredores, e os enterros eram realizados com muita pompa. Hoje, a prática mostra que as pessoas querem a morte bem longe de nossas vidas. Tanto que pouca gente se preocupa com a preservação dos velhos jazigos. A cidade de Sobral, no Ceará, é um exemplo desse descaso: os túmulos do século XIX estão sumindo do Cemitério de São Francisco.

Em Sobral, conta a história, aconteceu um surto de febre amarela que se alastrou pela cidade, em 1851. Em pouco tempo, a Câmara Municipal autorizou a construção do primeiro campo santo, pois a realização de enterros em igrejas e arredores aumentavam o risco de contaminação. Inaugurado em 1857, o Cemitério de São José, como ficou conhecido, passou a abrigar os corpos dos moradores mais ilustres e também os das vítimas da febre amarela. Só que os administradores locais acreditavam que a população ficaria mais protegida se os mortos vitimados pela doença fossem enterrados fora do perímetro urbano. Por isso, um novo cemitério, chamado de São Francisco, foi instalado numa área mais afastada da cidade.

Com o tempo, isso passou a ser entendido como: no São José são enterrados os que podem arcar com um túmulo, ou seja, "os ricos"; e no São Francisco, "os pobres". Até aí, pouco difere das cidades que têm dois cemitérios, um para cada classe social. Mas, em Sobral, quase nada restou dos túmulos do cemitério São Francisco.

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Eu sou notícia em outros blogs

O fato de ter auxiliado a matéria da Revista de História da Biblioteca Nacional, parece ter chamado a atenção de outros bloggeiros desta cidade de Sobral-CE, no caso o Blogg SOBRAL DA GEMMA (http://sobralensedagemma.blogspot.com/) e SOBRAL EM REVISTA (http://sobralemrevista.blogspot.com/2009/08/aluno-da-uva-na-revista-de-historia-da.html), agradeço aos colegas bloggueiros o prestígio a mim dispensado.
Pena que a matéria nas duas páginas são repetidas, já que são frutos de e-mails enviados por mim para os Jornais "Correio da Semana", "Expresso do Norte" e "Folha da UVA", que de alguma maneira foi interceptado e colocado na íntegra, e como não entraram em contato comigo, não houve nenhuma modificação no conteúdo publicado, mas a liberdade na web trazem estes contratempos.

abraços.

domingo, 9 de agosto de 2009

Revista de História da Biblioteca Nacional - Agosto/2009




ASSIM NA TERRA COMO NO CÉU

Juliana Barreto Farias


No Ceará, desaparecem túmulos do “cemitério dos pobres” e, com eles, importante registro do século XIX

Houve um tempo em que os mortos conviviam muito bem com os vivos. As sepulturas ficavam no interior das igrejas e nos seus arredores, e os enterros eram realizados com muita pompa. Hoje, queremos a morte bem longe de nossas vidas. Tanto que pouca gente se preocupa com a preservação dos velhos jazigos. A cidade de Sobral, no Ceará, é um exemplo desse descaso: os túmulos do século XIX estão “sumindo” do cemitério de São Francisco.

“Ser enterrado ali era ser obrigatoriamente tachado de pobre, por isso muitos não se importam que os resquícios daquele tempo desapareçam. De todos os túmulos, apenas cinco têm inscrições do século XIX. Novas catacumbas foram construídas sobre as antigas. E os donos das sepulturas modernizadas, ao pintarem suas propriedades, mancham os túmulos antigos. Aos poucos, vamos perdendo janelas que mostram como morria a classe menos favorecida de uma sociedade tradicional como a sobralense”, revela o historiador Francisco Maurigélbio Estevão Gomes [que sou eu], autor de monografia sobre as práticas mortuárias na cidade.

Como em outras regiões do Brasil, os moradores da pequena vila cearense costumavam ser enterrados, pelo menos até a década de 1850, no chão da matriz ou em suas redondezas. Era uma garantia de “bem morrer”, mantendo contato com os vivos e também com seus protetores divinos. O forte cheiro dos corpos em decomposição não incomodava os fiéis, mas médicos e autoridades sanitárias acreditavam que essas práticas poluíam o ar e propagavam doenças. Por isso, os sepultamentos nas igrejas começaram a ser proibidos.

Em Sobral, isso aconteceu depois que um surto de febre amarela se alastrou pela cidade, em 1851. Em pouco tempo, a Câmara Municipal autorizou a construção do primeiro “campo santo”. Inaugurado em 1857, o Cemitério de São José, como ficou conhecido, passou a abrigar os corpos dos moradores mais ilustres e também os das vítimas da febre. Só que os administradores locais acreditavam que a população ficaria mais protegida se os doentes fossem enterrados fora do perímetro urbano. Por isso, um novo cemitério, chamado de São Francisco, foi instalado numa área mais afastada da cidade.

“Com o tempo isso, passou a ser entendido como: no São José se enterra quem pode arcar com a construção de um túmulo, ou seja, ‘os ricos’, e no São Francisco, ‘os pobres’. Até aí, pouco difere das demais cidades que também têm dois cemitérios, um para cada classe social. Mas, em Sobral, quase nada restou dos túmulos do São Francisco”, diz Francisco Gomes. E mesmo as catacumbas dos “mais ricos” foram perdendo estátuas, obeliscos e outros monumentos comuns ainda nas primeiras décadas do século XX. Agora, basta escolher uma lápide padrão e colocá-la à altura do chão. “Os novos cemitérios – quase sempre privados – procuram ‘serenizar’ o ambiente, deixando de lado aquele sentimento de homenagear o falecido com algo físico e pessoal. Hoje, a massificação vem igualando todos os jazigos”, completa o historiador.